Os rótulos mais premiados dos chamados Vinhos de Inverno do Sudeste do Brasil são os Syrahs, mas muitas vinícolas dessa região produzem outros tintos e brancos de uvas como Sauvignon Blanc e Viognier. Para quem não conhece o termo, os produtores dos Vinhos de Inverno (ou de dupla poda) fazem a colheita entre junho e julho, época da seca, ao contrário do que ocorre nos vinhedos do Sul do país, cuja colheita acontece entre fevereiro e março.
Desde que esses vinhos despontaram, eles têm chamado a atenção pela qualidade. Entre os produtores que adotam esta prática estão nomes como Maria Maria (MG), Guaspari (SP), Luiz Porto (MG) e Casa Verrone (SP).
Participei de um almoço na Brindisi com a presença do produtor Marcio Verrone e do enólogo chileno Cristian Sepulveda, que mostraram algumas novidades para um grupo de jornalistas. Nascido em São José do Rio Pardo, Marcio é engenheiro agrônomo e tem uma longa experiência em agricultura. Cristian, que está no Brasil há 20 anos, já trabalhou na Miolo e na Guaspari, e está desde o início no projeto da Verrone. Em 2009, foram plantadas as primeiras videiras (hoje, são 12 hectares de vinhedos) e há quatro anos os vinhos estão no mercado.
Provamos cinco vinhos, começando com o Casa Verrone Sauvignon Blanc 2018 (R$ 61), da linha de entrada da vinícola. Fresco, agradável, com uma leve doçura.
Um dos lançamentos, o Casa Verrone Espumante Natural Brut Sauvignon Blanc Sur Lie (R$ 116), é um vinho diferente, que não tem muito de espumante. Com certa salinidade no paladar, traz ainda os aromas da levedura e apresenta cor turva, principalmente quando fica mais próximo o fim da garrafa (fechada com tampa de cerveja).
Casa Verrone Colheita Especial Viognier 2018 (R$ 77) é um vinho gostoso, equilibrado e fresco. Viognier não está entre minhas uvas brancas favoritas, mas acredito que a boa dosagem da madeira neste caso (apenas 30% do vinho passou um ano por barricas de carvalho francês) favoreceu o frescor do vinho. A foto é do meu amigo jornalista José Maria Santana.
Casa Verrone Syrah Speciale 2018 (R$ 135) comprovou que esta é a uva com mais potencial na região. Suculento e bem gostoso, é um vinho bastante gastronômico.
Por fim, provamos o top da vinícola, Casa Verrone Gran Speciale Cabernet Sauvignon/Franc 2018 (R$ 198), um vinho que ainda está muito jovem, mas que eu já gostei bastante.
Na cidade de São Paulo, estes vinhos podem ser encontrados na Brindisi.
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