Mesa Completa - Por Solange Souza

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    Vinhos da Semana • 21 de agosto de 2019

    Brancos argentinos

    A Argentina não é só Malbec. Em um evento promovido pela Wines of Argentina provei brancos deliciosos e surpreendentes

    Na semana passada, participei do Argentina Tasting Experience em São Paulo, realizado pela Wines of Argentina, num formato diferente das feiras de vinho que costumo ir. Foram feitas três degustações temáticas, apresentadas por cinco produtores e enólogos. O tema que mais me atraiu foi a “Revolução dos brancos argentinos”. Além de gostar muito de vinho branco, fiquei curiosa para saber o que está acontecendo na viticultura desse país.

    Os enólogos e produtores Alejandro Sejanovich (trabalhou de 1994 a 2010 na Catena Zapata e hoje toca seu projeto pessoal e faz consultoria para outras vinícolas), Alejandro Vigil (Catena Zapata e El Inimigo), David Bonomi (Norton), Edy del Pópolo (Susana Balbo Wines) e Sebastián Zuccardi (Zuccardi), mostraram que muita coisa mudou nos últimos anos, nos vinhedos, na escolha das uvas e no estilo de vinificação.

    Muito mais que Torrontés
    Quando a gente pensa em vinho branco argentino, vem logo à mente o aromático (e, às vezes, cansativo) Torrontés. Nesta degustação provei ótimos vinhos de Chardonnay e Sémillon (uva originária de Bordeaux, mais usada em cortes com a Sauvignon Blanc na produção dos deliciosos brancos daquela região). A Argentina tem vinhedos de Sémillon bem antigos e muitos deles foram recuperados a partir do início dos anos 2000.

    Veja os meus favoritos da degustação, que incluiu 15 vinhos:

    • Buscado Vivo o Muerto El Límite Chardonnay Las Pareditas 2017 – o vinho que abre este post me encantou pela elegância. Produzido por Alejandro Sejanovich, enólogo de vários projetos, deve envelhecer bem. O rótulo faz referência ao fato de que o enólogo encontraria, “vivo ou morto”,  a melhor maneira de produzir em lugares extremos (sem importador no Brasil).

    • Riccitelli Old Vines From Patagonia Sémillon 2018 – delicioso, fresco, com certa salinidade na boca. Produzido pelo enólogo Matias Riccitelli na Patagônia, é importado pela Winebrands.

    • Zuccardi Q Chardonnay 2016 – outro Chardonnay muito gostoso, cítrico e suculento. O Q do rótulo remete à qualidade desta linha de alta gama da vinícola, cujos rótulos são  importados pela Grand Cru.

    • El Enemigo Sémillon 2017 – com aromas de mel, é um vinho mais austero e muito interessante. Os vinhos da El Enemigo são importados pela Mistral, mas não encontrei este no site da importadora. O enólogo deve ter trazido especialmente para o evento.

    • Matervini Blanco 2017 – o corte de Marsanne, Roussane e Viognier resultou num vinho estruturado e rico. A Matervini é um projeto do argentino Santiago Achával e do italiano Roberto Cipresso (sem importador no Brasil).

     


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