Os três vinhos, ainda sem rótulo, vieram na mala do enólogo e foram apresentados em primeira mão durante um almoço no restaurante paulistano Figueira Rubaiyat para um grupo de jornalistas. Que bom que eu estava lá! O Murças VV47 2012 é o que se chama de Field Blend – quando se tem vinhas velhas com diversas uvas que são combinadas no corte. Essas vinhas, de uma parcela de 1 ha, foram plantadas em 1947, razão do nome (VV refere-se às desafiantes vinhas verticais às margens do Douro). Com um ano de passagem por barricas usadas de carvalho francês, é elegante e saboroso. As outras duas novidades foram o Murças Minas 2015 e o Murças Margem 2015, este último em edição limitada (os três devem chegar ao Brasil até novembro). Apesar de serem muito jovens, são vinhos bastante promissores, com madeira equilibrada e grande frescor.
Provamos também o Quinta dos Murças Reserva 2011 (R$ 370), dessa safra excepcional no Douro, complexo, potente, com notas de especiarias, saboroso e que faz salivar. “Esse vinho é o que se espera do Douro, de estilo bem clássico”, comentou José Luis, que trabalha há um ano na vinícola em conjunto com o australiano David Baverstock.
A linha de entrada da vinícola é a Assobio – nome da região onde estão os vinhedos e onde venta muito. Meus favoritos foram o Assobio Branco 2015 (R$ 99), um corte de uvas locais, sem madeira, e o Assobio Tinto 2014 (R$ 99), elaborado com Touriga Nacional, Tinta Roriz e Touriga Franca, entre outras, de estilo mais jovem, com pouca madeira, boa fruta e acidez, ótimo para acompanhar uma refeição. A linha inclui também um rosé, fácil de agradar.
A Quinta dos Murças é um projeto do grupo alentejano Herdade do Esporão no Douro, que teve início em 2008. Além de vinhos, o grupo produz excelentes azeites (Esporão e Quinta dos Murças), que são importados pela Qualimpor.
Deixe um comentário