Existem várias versões para a origem do nome “Vin Santo” e uma delas está ligada ao fato de ser o vinho usado nas cerimônias religiosas. Outra versão está relacionada à sua cor, um vinho louro ou xanthos em grego. Na ilha de Santorini é produzido o Vinsanto (a grafia é diferente), que seria o “vinho de Santorini”.
Segundo a apresentação feita em São Paulo por Lucas Alves, Wine Ambassador do Chianti: “A tese mais célebre remonta ao ano 1439, durante um concílio ecumênico em Florença, quando foi oferecido um banquete pelos Médicis e servido um vinho de uvas-passas. O Bispo de Nicea exclamou: “Hoc Xanthos est!”, pois era um vinho “xanthos”, “louro”, como certos vinhos de uvas-passas, ou porque tinha o sabor de um vinho produzido na Ilha de Xanto/Santo (Santorini, Grécia).
Seja qual for a origem do nome do Vin Santo, trata-se de um vinho riquíssimo em aromas e sabores, que está ligado à tradição de hospitalidade italiana, servido nas casas das famílias, como comentou Luca Alves.
Jorge Lucki e Luca Alves na apresentação do Vin Santo del Chianti
Para sua produção, são utilizadas uvas brancas (às vezes, tintas) que são desidratadas naturalmente e muito lentamente e o vinho é envelhecido por três a quatro anos (caso do Riserva), em pequenos barris de madeira, passando por um processo natural de oxidação.
As uvas brancas usadas na produção são as locais Trebbiano Toscano e Malvasia Bianca Lunga del Chianti, que devem juntas corresponder a 70% da mistura. Podem entrar na composição uvas como a San Colombano ou Canaiolo Bianco, além da Sangiovese. Quando esta uva tinta é usada em 50% do blend o vinho passa a se chamar “Vin Santo Occhio di Pernice DOC”.
Exemplo de secagem das uvas ou appassimento: o local deve ser bem ventilado
As uvas são colhidas manualmente, selecionadas e transportadas para um local fechado, mas bem ventilado (vinsantaia). Após a secagem (appassimento), é feita uma nova seleção das uvas, seguida de vinificação e envelhecimento. Outra curiosidade é a madeira dos barris (caratelli), que pode ser de castanheiro, cerejeira, amoreira, acácia ou carvalho. Esses barris podem ser muito antigos e terem sido usados para envelhecer outras bebidas, o que vai conferir a cada vinho características diferentes.
Passado o tempo de envelhecimento, é feita uma mistura dos vinhos de todos os barris, que serão decantados e filtrados para serem engarrafados. São vinhos de produção lenta e que envelhecem ainda durante muitos anos na garrafa.
Uma seleção especial de Vin Santo de diferentes estilos
Provamos sete vinhos, que infelizmente não estão disponíveis no Brasil. Uma belíssima seleção, que foi comentada também pelo crítico de vinhos Jorge Lucki, com vinhos incríveis de características únicas, esbanjando riqueza aromática, dos menos doces aos mais densos e bem doces, incluindo um “Occhio di Pernice”. Minha dica é que você anote os nomes desses vinhos e traga na mala na sua próxima viagem.
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