Mesa Completa - Por Solange Souza

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    ExperiênciasVinhos e etc • 4 de dezembro de 2019

    Rieslings do Mosel

    Em passagem pelo Brasil, o produtor biodinâmico Clemens Busch mostrou, além de seus Rieslings excepcionais, muita simpatia

    Exibindo as mãos marcadas de quem trabalha duro nas encostas do Mosel, na Alemanha, Clemens Busch esteve no Brasil para apresentar seus vinhos, passando por São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Quinta geração de viticultores, ele começou trabalhando com o pai, em 1974, quando a família tinha 2 ha de vinhedos. Em 1984 passou a adotar a cultura orgânica e a partir de 2006 tornou-se biodinâmico (que segue a filosofia do austríaco Rudolf Steiner).

    Desde 2007, ele é membro do Respekt Biodyn, associação que reúne 23 produtores biodinâmicos da Alemanha e da Áustria. Hoje, ele comanda os 17 ha de vinhedos em Pündericher Marienburg com a esposa Rita e um dos filhos, Johannes, e se tornou referência em biodinâmica no Mosel, além de ter seus Rieslings entre os melhores do mundo.

    Enquanto contava um pouco da sua história, Clemens tirou de um viajado saquinho de veludo três tipos diferentes de xisto que compõem seus vinhedos. Cada um deles vai dar características específicas aos Rieslings. Para facilitar, ele os identifica com as cores nas cápsulas das garrafas: cinza, vermelho e azul.

    Entender vinho alemão não é fácil, mas tomar um bom Riesling é um prazer enorme. No Mosel, são três as classificações, como Clemens explicou: Gutswein (o de entrada da vinícola), Ortswein (o equivalente ao village) e Grosses Gewächs ou GG (grands crus). O Riesling Troken é seco (trocken significa seco em alemão), enquanto o Kabinett é levemente doce, equilibrado pela alta acidez (a partir de 9 g por litro de açúcar residual o vinho não pode ser chamado GG, mesmo que seja de um vinhedo grand cru). Entre os vinhos que provamos, tinha também o Auslese, vinho doce e fresco.

    Os vinhos de Clemens Busch são puros, deliciosos e versáteis à mesa. Combinam com terrines e itens da charcutaria, carne de porco (na foto acima, porco defumado com purê de abóbora e molho de jabuticaba do Bazzar, no Rio), peixes e frutos do mar, pratos da cozinha asiática, queijos como Canastra, Serro e Pardinho Cuesta Azul e com preparações bem brasileiras, como o palmito pupunha com calda de rapadura também servido no almoço do Bazzar, que acompanhou muito bem o Resling Kabinett.

    Usando uma frase que já ouvi mais de uma vez do crítico de vinhos Jorge Lucki, melhor beber menos, mas com qualidade. Os vinhos de Clemens Busch são caros, mas proporcionam uma experiência e tanto. A seguir, relaciono os meus favoritos e sugiro que vocês provem.

    • Clemens Busch VDP. Gutswein Riesling Trocken 2016 – R$ 218,30 – o vinho de entrada da vinícola já é uma delícia. Cítrico, fresco e saboroso.

    • Clemens Busch VDP. Ortswein Nonnengarten Riesling Trocken 2016 – R$ 404,77 – para o produtor, este vinho poderia ser um grand cru por sua qualidade. Acho este vinho sensacional!

    • Clemens Busch VDP. Grosse Lage Marienburg Fahrlay GG Riesling Trocken 2016 – R$ 683,34 – este é um grand cru, complexo e delicioso.

    • Clemens Busch VDP. Grosse Lage Marienburg Riesling Kabinett 2016 – R$ 321, 77 – um dos melhores, levemente doce, com alta acidez. Suculento na boca, deixa um gosto maravilhoso e longo.

    Os vinhos de Clemens Busch são importados pela Premium Wines.

     


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