De família alemã, o chileno Sven Bruchfeld queria trabalhar com turismo de aventura. Entretanto, ainda durante seu curso de agronomia acabou escolhendo o vinho por ser um “produto agrícola sublime”, como ele comentou durante a Live que fizemos. “O vinho é diferente de uma maçã, que você simplesmente coloca na geladeira sem saber de onde veio… Dos mais baratos aos mais caros, sempre vai ter um rótulo, um estilo e uma história por trás”.
Sven e seu sócio, Gonzalo Muñoz, se conheceram na universidade e fundaram, em 2002, a Viña Polkura (o nome significa pedra amarela na língua mapuche, pelo fato de os solos na região terem essa cor). O local escolhido foi Marchigüe, uma sub-região de Colchagua, onde acreditaram ser ideal para o cultivo da Syrah, até então uma uva pouco cultivada no Chile.
Vinhedos e instalações da Polkura, em Marchigüe
E por que Syrah? Sven comentou que durante um período em que morou na Austrália percebeu que a Syrah gerava vinhos muitos diferentes. “Ao contrário da Cabernet Sauvignon, que tem praticamente o mesmo padrão em todas as partes, a Syrah grita [de onde veio…]”, declarou.
A Polkura produz sete Syrahs, sendo que quatro deles estão no Brasil: o Lote D 2015 (R$ 160); o Polkura Syrah (R$ 217), o Block g+i 2016 (R$ 502,49), de um vinhedo com exposição sul, portanto, de clima mais frio; e o Syrah Secano, de vinhas não irrigadas (R$ 502,49).
O Polkura Syrah é a alma da vinícola, combinando uvas de todos os vinhedos e representa 50% da produção. Provei a safra 2015, disponível no Brasil, e o vinho é pura elegância. Uma delícia, fresco, suculento na boca.
Fazem parte do portfólio da vinícola também um Malbec excelente, o Polkura Random Unexpected Wine, um corte de Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah, e o GSM+T, que combina Grenache, Syrah, Mourvèdre e Tempranillo. Estes vinhos têm em comum a elegância, o frescor e o fato de serem ótimos para acompanhar diferentes pratos.
Sven e Gonzalo têm ainda um projeto no vale de San Antonio, na região de Leyda, onde produzem o Aylin (o nome significa transparência) Sauvignon Blanc e o Aylin Pinot Noir, este último com exclusividade para o Brasil.
Perguntei ainda sobre as melhores safras da Polkura e ele respondeu: 2010, 2011, 2014, 2016 (para ele melhor que 2015, mais aclamada por outros produtores). A safra 2018, segundo ele, foi excelente para a Polkura e para todo o Chile.
A Polkura faz parte do MOVI – Movimiento dos Viñateros Independientes –, criado em 2009, que reúne produtores que têm em comum a mesma filosofia: produzir vinhos de grande qualidade, em quantidades limitadas, que sejam reflexo do terroir.
Os vinhos da Polkura são trazidos para o Brasil pela Premium Wines.
Para assistir a entrevista, acesse o Instagram do Mesa Completa.
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