Jonathan Maltus tem uma história interessante. Nasceu na Nigéria, estudou a vida toda na Inglaterra e trocou a carreira de engenheiro pela de viticultor, aos 35 anos. Comprou o Château Teyssier em Saint-Émilion em 1994, adquirindo nos anos seguintes outras propriedades, até formar os 50 ha que tem hoje. Mesmo se auto-definindo como um estrangeiro em Bordeaux, é no Château Teyssier que ele se sente realmente em casa, como me contou durante sua visita ao Brasil. Estive no Château Teyssier em 2016, mas Maltus estava na Inglaterra. O lugar é realmente apaixonante e seus vinhos são memoráveis.
Além da linha de entrada, formada pelo Pezat branco e tinto, ele produz Grands Crus de diferentes vinhedos. Ter a oportunidade de provar estes vinhos ao mesmo tempo foi um grande aprendizado para perceber a diferença que faz o terroir. Aliás, Maltus definiu muito bem esse termo, que é tão familiar para os que trabalham com vinho, mas que pode ser vago para os demais. “O francês é obcecado pela origem, pelo lugar onde algo é feito. Como explicar isso para alguém que não conhece? A variedade da uva poderia ser definida como o idioma, enquanto o terroir, o lugar, seria o dialeto.”
Além de Bordeaux, Jonathan Maltus produz vinhos em Napa Valley, com o rótulo World’s End, desde 2008.
Durante um almoço, com um cardápio impecável no Emiliano, provamos os seguintes vinhos:
• Pezat Bordeaux Blanc Sec 2016 – R$ 159,18 – 95% Sauvignon Blanc e 5% Muscadelle. Um branco imperdível, de bom preço, fresco e mineral.
• Pezat Bordeaux Supérieur 2012 – R$ 159,18 – 80% Merlot e 20% Cabernet Franc. Ótimo para acompanhar refeições.
• Château Teyssier Saint-Émilion Grand Cru 2014 – R$ 400,22 – 85% Merlot e 15% Cabernet Franc. É o Grand Cru de melhor preço/qualidade.
• Château Laforge Saint-Émilion Grand Cru 2011 – R$ 719,72 – É o que tem maior proporção de Merlot (92%), além de Cabernet Franc, produzido com uvas de cinco vinhedos diferentes. Delicioso, foi um dos meus preferidos.
• Vieux Château Mazerat Saint-Émilion Grand Cru 2010 – R$ 1.401,92 – Um corte de 65% Merlot e 35% Cabernet Franc de uma grande safra.
• Les Astéries Saint-Émilion Grand Cru 2010 – R$ 2.275,14 – 70% Merlot e 30% Cabernet Franc. É o mais mineral de todos, refletindo o vinhedo de onde provêm suas uvas, como explicou o produtor.
• Le Dôme Saint-Émilion Grand Cru 2005 – R$ 2.629,31 – 75% Cabernet Franc e 25% Merlot. É o que tem a maior proporção de Cabernet Franc.
Estes vinhos são importados pela Premium Wines.
Além destes vinhos, provamos dois outros que não estão no Brasil: o branco encorpado e saboroso Le Nardian 2016, que fez uma ótima parceria com as Vieiras caramelizadas; e o Le Carré Grand Cru 2011, um corte de Merlot (predominante) e Cabernet Franc.
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