Mesa Completa - Por Solange Souza

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    ExperiênciasVinhos e etc • 1 de fevereiro de 2017

    Homens da terra

    Rippon e Burn Cottage, de Central Otago, Nova Zelândia, seguem a filosofia biodinâmica, produzindo vinhos fantásticos

    Conheci Nick Mills, da Rippon, em sua passagem pelo Brasil em 2014 e fiquei encantada com seu estilo de vida, seu jeito despojado e com seus vinhos. Desde então, visitar sua vinícola em Wanaka, Central Otago – considerada uma das mais belas do mundo –, entrou para minha “top list” de lugares para ir. Finalmente, surgiu a oportunidade e a minha expectativa foi plenamente atendida. O lugar é maravilhoso!

    Nick fez uma visita mais do que completa e nos levou primeiro para Wanaka Station, o local onde era a sede da antiga fazenda da família dele, onde tudo começou cem anos atrás. “Este lugar é muito importante para nós, porque marca a nossa conexão com essa terra. Tão importante que foi aqui que eu e Jo nos casamos”, contou.

    Há 30 anos, a família decidiu começar a história da Rippon, plantando várias uvas, mas foi somente no início dos anos 1990 que descobriram que a melhor uva para a região era a Pinot Noir. Hoje, Nick divide o trabalho da vinícola com duas irmãs, um irmão, a mãe, Lois, e a esposa, Jo. O Pinot Noir da Rippon, no estilo da Borgonha, é considerado um dos melhores do país. A safra 2012 do Pinot Noir Mature, que provamos, traz no rótulo os números 100 e 30 – 100 anos na terra e 30 anos na viticultura. Essa safra está incrível e provamos também o Ema’s Block, meu favorito, e o Tinker’s Field, dois vinhos espetaculares de vinhedos únicos. A Rippon produz ainda um belo Riesling, além de Gewürztramier e Sauvignon Blanc.

    Durante a visita, Nick nos mostrou o lugar onde ele faz a compostagem, um dos itens importantes para a cultura biodinâmica, que segue os fundamentos de Rudolf Steiner e o calendário lunar.

    Os vinhos da Rippon são importados pela Premium Wines.

    Burn Cottage
    Foi o pessoal da Rippon quem sugeriu essa visita (quem mais poderia ser?). Shane Livingstone, um kiwi (nome dado aos nascidos na Nova Zelândia) completamente ligado à terra, nos mostrou os vinhedos, a compostagem e os potinhos mágicos das preparações biodinâmicas que ele usa para proteger as vinhas da forma mais natural possível.

    A Burn Cottage é uma vinícola pequena, que foi comprada em 2002 pelo americano Marquis Sauvage, cuja família tem vinhedos também em Pfalz, Alemanha, além de negócios nos Estados Unidos. A vinícola produz apenas dois vinhos de Pinot Noir – Moonlight Race, um vinho de entrada, e o excelente Burn Cottage, que tivemos a oportunidade de provar outras vezes durante nossa viagem. O rótulo foi inspirado no livro The Green Snake and the Beautiful Lily (Das Märchen, de Goethe). A Burn Cottage não está no Brasil, mas se você encontrar esses vinhos em algum lugar, prove!


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