Tive o prazer de participar de uma vertical – degustação em que são apresentadas diferentes safras – de Clos des Papes, com dois brancos e seis tintos. Uma das coisas interessantes nesse tipo de degustação é perceber o papel da natureza nos vinhos, já que nenhuma safra é igual à outra. Outra coisa é confirmar que quando se trata de grandes vinhos é preciso ser paciente: o passar dos anos muda tudo!
Vinícola histórica de Châteauneuf-du-Pape, no sul do Rhône, a Clos des Papes pertence à família Avril desde 1896. Hoje é comandada por Paul-Vincent Avril, que tem mantido o estilo tradicional da vinícola, além de adotar o sistema biodinâmico de produção.
• O Clos des Papes Blanc, mais raro, é um corte de Grenache Blanc, Roussane e outras uvas locais, que não passa por madeira, mas permanece sobre as borras durante seis meses, o que dá ao vinho maior complexidade. Foram servidos os brancos das safras 2001 e 2009 (número 10 da “Top 100” da Wine Spectator de 2010), bem diferentes na evolução, mas ambos deliciosos. O mais velho apresentava notas mais minerais, enquanto o 2009 era mais cítrico.
• O Clos des Papes Rouge é um corte com predominância de Grenache, além de Mourvèdre, Syrah e outras uvas locais (são permitidas 13 uvas nos cortes). No geral, são frutados e suculentos, mas um pouco rústicos quando jovens. Com o tempo, aparecem notas de especiarias e o vinho se torna mais macio e elegante. Foram servidas as safras 1999, 2001, 2005, 2007, 2009 e 2011. Meus favoritos foram o 1999 (94 pontos de Robert Parker), que estava maravilhoso, o 2005 (número 1 da “Top 100” da Wine Spectator de 2007) e o 2007 (99 pontos de RP).
A degustação aconteceu na sede da Premium – importadora que traz esses vinhos –, em Belo Horizonte, num belo casarão tombado pelo patrimônio histórico. Era um encontro da confraria Harmonia, para o qual eu tive a honra de ser convidada.
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