Como venho fazendo há muitos anos, depois de avaliar os vinhos degustados no ano que passou, elaborei uma lista daqueles que considero os melhores. Infelizmente, a quase totalidade deles pertence ao mundo dos sonhos e isso só foi possível graças à amigos muito generosos. Em 2019, tive a oportunidade de provar muitos vinhos “fora da curva” ou como dizem os norte-americanos, “ahead of the curve”.
Aqui meus “TOP 15” (em ordem alfabética) de vinhos tintos e brancos secos. A seguir, dois de cada um dos que considerei melhores nos estilos: espumante/champanhe, sobremesa e fortificado.
- Armand Rousseau Chambertin GC 1996 (Borgonha/França)
- Castillo Ygay Gran Reserva Blanco 1986 (Rioja/Espanha)
- Cheval Blanc 1947 (Bordeaux/França)
- Cheval Blanc 1949 (Bordeaux/França)
- Dalla Valle Maya 1994 (Califórnia/EUA)
- DRC Échezeaux GC 1988 (Borgonha/França)
- DRC La Tâche GC 1953 (Borgonha/França)
- Giacomo Conterno Barolo Riserva Speciale 1971 (Piemonte/Itália)
- Giuseppe Mascarello Barolo Riserva 1961 (Piemonte/Itália)
- JL Chave Hermitage Blanc 2005 (Rhône/França)
- JL Chave Hermitage 1990 (Rhône/França)
- Le Pin 1989 (Bordeaux/França)
- Leroy Richebourg 1953 (Borgonha/França)
- Paul Jaboulet Ainée La Chapelle 1978 (Rhône/França)
- Screaming Eagle 1997 (Califórnia/EUA)
Espumante/Champanhe: Krug Vintage 1988 e Dom Pérignon Rosé P3 1988 (Magnum) (ambos Champagne/França)
Sobremesa: Château d’Yquem 2001 e Château Rieussec 2001 (ambos Sauternes/França)
Fortificado: Toro Albalá Don PX 1939 e Don PX Convento Selección 1946 (ambos de Montilla-Moriles/Espanha)
DEGUSTAÇÃO DO ANO
“22 Vinhos Memoráveis 2019” – Dom Pérignon P3 1988; Domaine des Comtes de Lafon Montrachet 2001; “Y” d’Yquem 2000; Castillo Ygay Gran Reserva Blanco 1986; Côtes du Jura Bourdy à Arlay Chardonnay 1945; Cheval Blanc 1947; Vega Sicilia 1953; Mouton Rothschild 1955; Leroy Richebourg 1988; DRC Richebourg 1988; Domaine JF Mugnier Musigny 1988; Paul Jaboulet Aîné Hermitage La Chapelle 1978; Lafite Rothschild 1961; La Mission Haut Brion 1961 (bouchonée); Lynch Bages 1961; Le Pin 1998; Screaming Eagle 1997; Monfortino Riserva 1997; Pingus 1996; Sassicaia 1985; Toro Albalá Don PX Convento Selección 1946 e o Cognac Rémy Martin Louis XIII.
VERTICAIS DO ANO
Château Cheval Blanc – 1929, 1947, 1949, 1953, 1982 (Petrus 1945 como o “estranho no ninho”)
Conterno Barolo Monfortino Riserva – 1961, 1971, 1982, 1990, 2002, 2008 (Aldo Conterno Barolo Bricco Bussia como o “estranho no ninho”).
A escolha dos melhores do ano, aqueles que flecharam meu coração, é sempre difícil “demais da conta sô”, como dizem aqui nas Minas Gerais. Deixar fora da lista dos “TOP 15 2019” alguns vinhos foi difícil e dá “dor no coração”.
Entre os bordaleses (só para ficar neles) que foram para a final e não entraram: La Mission Haut Brion ’55, Latour ’45, Haut Brion ‘89, Montrose ‘90, Cheval Blanc ’82, Cheval ’90, Pichon Lalande ’82, Lafite ’90, Mouton ’59, Ausone ’47, Petrus ’89, Le Pin ’96, sem falar de outros de regiões diferentes. Entre os selecionados, muitos foram provados duas a três vezes e em todas elas mostraram-se gigantes, fazendo com que em minhas escolhas eu utilizasse esta consistência como um dos critérios dos “TOP 15 2019”.
Toro Albalá Don PX 1939, de Montilla-Moriles/Espanha entre os melhores fortificados
Muitos dos vinhos selecionados vieram da criatividade de um amigo que criou ao longo do ano que passou provas “tira-teimas”, que me possibilitaram um aprendizado enorme sobre o vasto mundo de Baco, em particular, sobre os inolvidáveis vinhos velhos. Concordo que “velhos amigos, velhos vinhos, são sempre os melhores”, como dizem.
Fui convidado para muitas degustações fora de série e tive também dificuldades de escolher a que mais me tocou, porém uma delas teria de ser a selecionada por todo o trabalho de organização de quem a fez. Tinha perdido a de 2018 e não poderia de maneira nenhuma deixar de estar presente, pelo que disseram os participantes daquela vez. No livro confeccionado, o organizador tece um pouco da história de como pensou ao fazer os “Vinhos Memoráveis 2019”. Ele termina sua breve mensagem de apresentação com belas palavras: “Amigos, tudo isto foi feito pensando nos bons momentos que iremos passar juntos ao redor destes 22 vinhos memoráveis. Mas memorável mesmo é esta amizade construída ao longo de décadas. E o vinho é um dos bons ingredientes para celebrarmos esta amizade e a vida”. (outubro de 2019). O brinde final se deu com um charuto, para aqueles que gostam, com o sofisticado Cognac Rémy Martin Louis XIII. Santé!!!
Gerson Lopes é médico mineiro com atuação em sexologia e acredita que a vida é o melhor afrodisíaco.
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