Logo na introdução do livro Manihot utilissima Pohl: Mandioca (Editora Alaúde, R$ 199), uma pergunta que muitos devem fazer: “Por que um chef de cozinha se interessaria em abordar um único ingrediente culinário sem ser em um livro de receitas?”. Porque a mandioca representa muito mais do que um ingrediente e tem tudo a ver com a história e a cultura do Brasil. Além disso, é consumida de norte a sul do país na forma de farinhas diversas, gomas, polvilhos, cauins e tucupis.
O livro mostra o panorama histórico do ingrediente, desde os costumes indígenas antes da chegada dos portugueses, incluindo as formas de plantio, cultivo, processamento e preparo da mandioca.
Não se trata de um livro de receitas, embora tenha um espaço para algumas das preparações clássicas com esse ingrediente tanto do D.O.M., restaurante de Alex Atala, quanto de convidados como Rodrigo Oliveira, do Mocotó, e seus famosos dadinhos de tapioca, e Helena Rizzo, do Maní e do Manioca (além da padaria do Maní), com o biscoito de polvilho, entre outros.
Ilustrado com belíssimas fotos e textos excelentes, o projeto levou dois anos para ser concluído e contou com pesquisadores, cronistas, cozinheiros, indigenistas e fotógrafos.
O lançamento foi no Dalva e Dito, a outra casa de Alex Atala, e reuniu chefs de cozinha e muitas figuras importantes da gastronomia do país. Querido e muito respeitado, Alex Atala foi eleito em 2021 o oitavo melhor chef do mundo pelo “The Best Chef Awards”, sendo o brasileiro mais bem colocado na lista anual dos 100 melhores profissionais da gastronomia mundial.
Foto de abertura: Ricardo D’Angelo
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