Mesa Completa - Por Solange Souza

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    Colunistas • 25 de novembro de 2015

    Beaujolais e seus Crus

    Conheça os Crus de Beajoulais e brinde a vida com esses vinhos, sejam eles jovens ou envelhecidos. Santé! – Gerson Lopes

    Apesar de o Beaujolais Nouveau ser o mais conhecido, os verdadeiros Beaujolais são Villages ou Crus. Infelizmente, o preconceito e o desconhecimento levam o enófilo a dizer que, naquela região, não se fazem vinhos capazes de trazer momentos raros de prazer. A presença de um microclima distinto e o caráter e identidade que cada viticultor imprime fazem de cada Cru um caso especial.

    Brouilly é o mais extenso de todos os Crus de Beaujolais (1,2 mil ha), apresentando solo granítico e aluvial. De um modo geral, seus vinhos são potentes, bem estruturados e prontos para ser degustados com dois a três anos de idade.

    Côte de Brouilly, com suas pedras azuis em 290 ha, demonstra o quanto um vinho dessa região pode evoluir bem com a guarda, mostrando fineza e elegância, com um estilo distinto. Nas boas safras, pode ser conservado por cinco anos ou mais.

    Chénas era o vinho favorito de Louis XVIII, com aromas florais muito evidentes e um toque de especiarias. Com o envelhecimento é capaz de encantar não só a realeza, mas a nós todos, pobres mortais. Excelente vinho de guarda, mantém sua elegância através dos anos. Um dos mais raros Beaujolais Crus, conta com o prestígio de estar próximo do mais famoso deles, o Moulin-à-Vent.

    Chiroubles, em geral, é associada a vinhos mais macios, os mais femininos de todos. Deve ser consumido novo, porém alguns exemplares, quando provenientes de vinhedos de altitude (são os mais altos dos Beaujolais Crus), tornam-se aptos à guarda. São 350 ha que produzem um dos mais singulares vinhos de Beaujolais.

    Fleurie, com seus 800 ha de areia granítica, tem a particularidade de produzir vinhos que podem ser considerados intermediários entre os que devem ser tomados jovens e os que demonstram potencial de envelhecimento. Apresenta 13 terroirs diferentes e alguns são capazes de seduzir pelos sabores aveludados e aromas de flores e frutas. Competem, no lado mais feminino dos vinhos, com os Chiroubles.

    Juliénas (580 ha) foi o ponto de partida do Beujolais na época romana. Os seus vinhos com aromas de pera e frutas vermelhas ganham muito quando guardados por cinco a oito anos, nas boas safras.

    Morgon, com 1,1 mil ha de solo xistoso e granito quebrado, produz vinhos fáceis de beber quando jovens, com suavidade característica. Alguns bons exemplares, porém, podem evoluir, e bem, com seis a oito anos de guarda.

    Moulin-à-Vent é o príncipe de Beaujolais. Com 650 ha de solo granítico rico em manganês, é um excelente vinho de guarda. Quando jovem, mostra notas florais e de frutas, aromas de trufas, almíscar e de caça. Alguns exemplares podem adquirir reputação entre os melhores vinhos tintos da França.

    Régnié, com 650 ha, foi o último a entrar no time dos Crus (1988). Produz vinhos muito aromáticos, que podem ser degustados no ano seguinte à colheita, conservando seu potencial aromático por três a cinco anos.

    Saint-Amour, com 280 ha, é o mais setentrional de todos. Seus vinhos podem ser degustados até 12 ou 15 anos após a colheita, mas a maioria está pronta para ser tomada no ano de produção ou nos próximos dois ou três. Podemos definir seu estilo como redondo e macio.

    Gerson Lopes é médico mineiro com atuação em sexologia e acredita que a vida é o melhor afrodisíaco. Criador do site Vinho e Sexualidade

     


    2 respostas para “Beaujolais e seus Crus”

    1. Nilson Cesar disse:

      Uma beleza!!

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