O terceiro andar do Mercado Novo, no centro da capital mineira, foi uma das minhas grandes descobertas dos últimos meses. Mais especificamente, a Cozinha Tupis, onde o chef Henrique Gilberto (do bufê Rullus) prepara maravilhas como o Kaol, que abre este post.
Não sabia, até então, o que era Kaol, prato que combina couve (o K é de cachaça, mas pode ser de couve também), arroz, ovo e linguiça, criado nos anos 1960, no Café Palhares, reduto da boemia mineira. A versão de Henrique vem com chips de arroz, um ragu de linguiça muito bem temperado, couve manteiga refogada e gema ralada. Para acompanhar, é só escolher uma das cervejas vendidas ao lado. A Cozinha Tupis trabalha em conjunto com a Cervejaria Viela, que é produzida artesanalmente no bairro da Pompeia e engarrafada ali. Minhas favoritas foram a Session IPA e a Irish Red Ale.
Tudo funciona com fichas, em múltiplos de nove para os pratos (para as cervejas são fichas separadas a R$ 13 a garrafa). Com uma ficha você recebe o delicioso pão de abóbora com manteiga, que na verdade é feita com sementes de abóbora emulsionadas com sementes da própria. Os pratos mais caros, como as carnes, custam 5 fichas ou R$ 45. É o caso também da acelga, que estava o máximo. Henrique contou que as folhas de acelga são prensadas e levadas ao forno. Depois, são empanadas e fritas, quando ganham textura crocante por fora. Por cima, vai um relish de cebola, com mostarda e grãos de coentro. Só de lembrar, dá água na boca! Este prato, assim como todos dessa categoria, vem com cinco acompanhamentos, como cebolas assadas, taioba refogada, chips de jiló, farofa… Para avisar que seu prato está pronto, o chef e a equipe usam um megafone.
Os pratos mudam a cada dia, usando ingredientes dos fornecedores do próprio mercado. A ideia, como contou Henrique, é resgatar esse espaço e valorizar os ingredientes locais. Criado nos anos 1960, o Mercado “Novo” fica bem próximo do Mercado Central, mas não tem a mesma fama. Agora, com essa iniciativa, deve atrair muita gente.
Caixotes fazem as vezes de mesa e de bancos, nos estreitos corredores ocupados por gente jovem e bonita. Há outros pequenos locais, como a Charcutaria Tapera, onde passamos para comprar carne de lata, e que me pareceu muito legal.
Se você for de carro, melhor é parar no próprio estacionamento do mercado.
Veja quem um pedaço de texto perdido no fim da matéria
Obrigada por seu comentário! Já corrigi…